O Filho Pródigo. Hieronymus Bosch.
O nascimento
Johannes queima o celeiro e as ovas de peixe.
Johannes transforma a rosa em puro fogo.
Johannes penetra o sonho: cena em branco,
E arrasta toda cor para fora do medo.
A combustão libera estrelas,
Encharca a sala de visitas,
E as cores se desmembram.
A Criança, então, abre os olhos
E foge do espaço, num sopro,
Tudo o que não é milagre.
O milagre
A água brilha no corpo,
quase pérola
A lágrima rola um pouco,
e desaparece
O caminho até o quarto,
cheio de insetos
A roupa balança no varal,
e fica seca
O livro conta a mesma história,
de outro jeito
O Corpo
Johannes, Johannes, carta fora do baralho
Johannes atravessa o campo
E vai onde o mundo não entra
Johannes foca o infinito,
O olhar parece ausente
E ressuscita o corpo de Lázaro
Ao pedir a palavra certa